domingo, junho 25, 2006

À Criança que há dentro de nós... (Paulo Coelho 3)

“Às vezes somos possuídos por uma sensação de tristeza que não conseguimos controlar – dizia ele -. Percebemos que o instante mágico daquele dia e nada fizemos. Então, a vida esconde a sua magia e a sua arte.
Temos que dar ouvidos à criança que fomos um dia e que ainda existe dentro de nós. Essa criança que fomos um dia continua presente. Bem-aventurados os pequeninos, porque deles é o Reino dos Céus.
Se não nascermos de novo, se não tornarmos a olhar a vida com a inocência e o entusiasmo da infância, viver não terá mais sentido.
Existem muitas maneiras de cometer suicídio. Os que tentam matar o corpo, ofendendo a lei de Deus. Os que tentam matar a alma, também ofendendo a lei de Deus, emobora o seu crime seja menos visível aos olhos do homem.
Prestemos atenção ao que nos diz a criança que temos guardada no peito. Não nos envergonhemos por causa dela. Não vamos deixar que ela tenha medo, porque está só e quase nunca é ouvida.
Vamos permitir que ele tome um pouco as rédeas da nossa existência. Essa criança sabe que um dia é diferente do outro.
Vamos azer com que ela se sinta amada novamente. Vamos agradar-lhe – mesmo que isso signifique agir de uma maneira a que não estamos acostumados, mesmo que isso pareça uma tolice aos olhos dos outros.
Lembrem-se que a sabedoria dos homens é loucura diante de Deus. Se ouvirmos a criança que temos na alma, os nossos olhos tornarão a brilhar. Se não perdemos o contatacto com essa criança, nao perdemos o contacto com a vida.

In Nas margens do rio Piedra eu sentei e chorei, Paulo Coelho

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