domingo, junho 25, 2006

O "Outro"... (Paulo Coelho 4)

“Um sujeiro encontra um velho amigo seu, o qual tenta constantemente acertar na vida – sem resultado. “vou ter que lhe dar algum dinheiro”, pensa. Acontece que , naquela noite, descobre que o seu velho amigo e veio para pagar todas as dividas que tinha contraído no decorrer dos anos.
Vão até um bar que costumavam frequentar juntos, e ele paga a bebida a todos. Quando lhe indagam a razão de tanto êxito, responde que até há dias atrás, estava a viver o Outro.
- O que é o Outro? – Perguntaram todos.
- O Outro é aquele que me ensinaram ser, mas que não sou eu. O Outro acredita que a obrigação do homem é passar a vida inteira a pensar como juntar dinheiro para não morrer de fome quando ficar velho. Tanto pensa, e tanto faz planos, que só descobre que está vivo quando os seus dias na Terra estão quase a acabar. Mas já é tarde demais.
- E você quem é?
- Eu sou o que qualquer um de nós é, se ouvir o seu coração. Uma pessoa que se deslumbra diante do mistério da vida, que está aberta para os milagres, que sente com alegria e entusiasmo aquilo que faz. Só que o Outro, com medo de se decepcionar, não me deixava agir.
- Mas existe sofrimento – dizem as pessoas no bar.
- Existem derrotas. Mas ninguém escapa delas. Por isso, é melhor perder alguns combates na luta pelos seus sonhos, que ser derrotado sem sequer saber porque está lutando.
- Só isso? – perguntaram as pessoas no bar.
- Sim. Quando descobri isto, acordei decidido a ser o que realmente sempre desejei. O Outro ficou ali, no meu quarto, a olhar para mim, mas não o deixei mais entrar – embora tenha procurado assustar-me algumas vezes, alertando-me para os riscos de não pensar no futuro.
A partir do momento em que expulsein o Outro da minha vida, a energia divina operou os seus milagres.
(...)
(...) enquanto ele contava a história, parecia que me via a mim própria. Os medos, a insegurança, a vontade de não ver tudo o que é maravilhoso – porque amanhã pode acabar e vamos sofrer.
Os deuses jogam dados e não perguntam se queremos participar no jogo. Não querem saber se deuxámos um homem, uma casa, um trabalho, uma carreira, um sonho. Os deuses não ligam para o facto de que temos uma vida onde cada coisa tem o seu canto, onde cada desejo pode ser conseguido com trabalho e persistência. Os deuses não levam em conta os nossos planos, as nossas esperanças; em algum lugar do universo, eles jogam os dados – e você, por acaso, é escolhido. A partir daí, ganhar ou perder é uma questão de sorte.
Os deuses jogam os dados e libertam o Amor da sua jaula. A força que pode criar ou destruir – dependendo da direcção em que o vento soprava no momento em que lea saiu da prisão.
Por enquanto estava força estava a soprar para o lado dele. Mas os ventos são tão caprichosos como os deuses – e, no mais fundo do meu ser, eu começava a sentir alguma rajadas. (...)”
In Nas margens do rio Piedra eu sentei e chorei, Paulo Coelho

À Criança que há dentro de nós... (Paulo Coelho 3)

“Às vezes somos possuídos por uma sensação de tristeza que não conseguimos controlar – dizia ele -. Percebemos que o instante mágico daquele dia e nada fizemos. Então, a vida esconde a sua magia e a sua arte.
Temos que dar ouvidos à criança que fomos um dia e que ainda existe dentro de nós. Essa criança que fomos um dia continua presente. Bem-aventurados os pequeninos, porque deles é o Reino dos Céus.
Se não nascermos de novo, se não tornarmos a olhar a vida com a inocência e o entusiasmo da infância, viver não terá mais sentido.
Existem muitas maneiras de cometer suicídio. Os que tentam matar o corpo, ofendendo a lei de Deus. Os que tentam matar a alma, também ofendendo a lei de Deus, emobora o seu crime seja menos visível aos olhos do homem.
Prestemos atenção ao que nos diz a criança que temos guardada no peito. Não nos envergonhemos por causa dela. Não vamos deixar que ela tenha medo, porque está só e quase nunca é ouvida.
Vamos permitir que ele tome um pouco as rédeas da nossa existência. Essa criança sabe que um dia é diferente do outro.
Vamos azer com que ela se sinta amada novamente. Vamos agradar-lhe – mesmo que isso signifique agir de uma maneira a que não estamos acostumados, mesmo que isso pareça uma tolice aos olhos dos outros.
Lembrem-se que a sabedoria dos homens é loucura diante de Deus. Se ouvirmos a criança que temos na alma, os nossos olhos tornarão a brilhar. Se não perdemos o contatacto com essa criança, nao perdemos o contacto com a vida.

In Nas margens do rio Piedra eu sentei e chorei, Paulo Coelho

A felicidade?... onde?.. (Paulo Coelho 2)

“É preciso correr riscos, dzia ele. Só percebemos realmente o milagre da vida quando deixamos que o inesperado aconteça.
Deus dá-nos todos os dias – junto com o sol – um momento em que é possível mudar tudo o que nos deixa infelizes. Todos os dias procuramos fingir que não nos percebemos desse momento, que ele não existe, que hoje é igual a ontem e será igual a amanhã. Mas quem presta atenção ao seu dia, descobre o instante mágico. Ele pode estar escondido na altura em que enfiamos a chave na porta, pela manhã, no instante de silêncio logo após o jantar, nas mil e uma coisas que nos parecem iguais. Mas esse momento existe – um momento onde toda a força das estrelas passa por nós, e nos permite fazer milagres.
Às vezes, a felicidade é uma benção – mas geralmente é uma conquista. O instante mágico do dia ajuda-nos a mudar, faz-nos ir em busca dos nossos sonhos. Vamos sofrer, vamos ter momentos dificeis, vamos enfrentar muitas desilusões. Mas tudo isso é passageiro e não deixa marcas. E, no futuro, poderemos olhar para trás com orgulho e fé.
Mas pobre de quem teve medo de correr riscos. Porque talvez não se decepcione nunca, nem tenha desilusões, nem sofra como aqueles que têm um sonho a seguir. Mas quando olhar para trás – porque olhamos sempre para trás – vai ouvir o seu coração a dizer: “o que fizeste com os milagres que Deus semeou nos teus dias? O que fizeste com os talentos que o teu mestre te confiou? Enterraste-os fundo numa cova, porque tinhas medo de perdê-los. Então, esta é a tua herança: certeza de que desperdiçaste a tua vida”.
Pobre daquele que escuta estas palavras. Porque então acreditará em milagres, mas os instantes mágicos da vida já terão passado.”

In Nas margens do rio Piedra eu sentei e chorei, Paulo Coelho

Simplesmente Amar... (Paulo Coelho 1)

“(...) nunca podemos esquecer que a experiência espiritual é sobretudo uma experiência prática de Amor. E no Amor não existem regras. Podemos tentar seguir manuais, controlar o coração, ter uma estratégia de comportamento – mas tudo isso é tolice. O Coração decide, e o que ele decidir é o que vale.
Todos nós já o experimentámos na vida. Todos nós, em algum momento, já dissemos entre lágrmas: “Estou a sofrer por um amor que não vale a pena” Sofremos porque achamos que damos mais do que recebemos. Sofremos porque o nosso amor não é reconhecido. Sofremos porque não conseguimos impor as nossas regras.
Sofremos à toa: porque no amor está a semente do nosso crecimento. Quanto mais amamos, mais próximos estamos da experiência espiritual. Os verdadeiros iluminados, com as suas almas incendiadas pelo Amor, venciam todos os preconceitos da época. Cantavam, riam, rezavam em voz alta, dançavam, compartilhavam aquilo que São Paulo chamou “santa loucura”, Eram alegres – porque quem ama venceu o mundo, não tem medo de perder nada. O verdadeiro Amor é um acto de entrega total.
(...) cedo ou tarde, temos que vencer os nossos medos – já que o caminho espiritual se faz através da experiência diária do amor.
O monge Thomas Merton dizia: “A vida espiritual resume-se em amar. Não se ama porque se quer fazer o bem, ou ajudar, ou proteger alguém. Se assim agimos, estaremos a ver o próximo como simples objecto, e estaremos a ver-nos a nós mesmos como pessoas generosas e sábias. Isso nada tem a ver com amor. Amar é comungar com o outro, e descobrir nele a centelha de Deus.””
In Nas margens do rio Piedra eu sentei e chorei, Paulo Coelho

sábado, junho 10, 2006

Alma Gémea

"Uma alma gémea é alguem cujas fechaduras coincidem com as nossas chaves e cujas chaves coincidem com as nossas fechaduras.
Quando nos sentimos seguros a ponto de abrir as fechaduras, surge o nosso EU mais verdadeiro e podemos ser completamente e honradamente quem somos. Cada um descobre a melhor parte do outro."
Richard Bach

domingo, junho 04, 2006

Mais uma verdade...

Quando pensamos que sabemos todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas...
Um sujeito estava colocando flores no túmulo de um parente, quando vê um chinês colocando um prato de arroz na lápide ao lado. Ele vira-se para o chinês e pergunta:
- Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o seu defunto virá comer o arroz?
E o chinês responde:- Sim, e geralmente na mesma hora que o seu vem cheirar as flores!!!
"RESPEITAR AS OPÇÕES DO OUTRO, EM QUALQUER ASPECTO, É UMA DAS MAIORES VIRTUDES QUE UM SER HUMANO PODE TER. AS PESSOAS SÃO DIFERENTES, AGEM DIFERENTE E PENSAM DIFERENTE"."NUNCA JULGUE. APENAS COMPREENDA!!"
Autor desconhecido

quinta-feira, junho 01, 2006

Para reflectir...

.. e foi isto que o Dalai Lama disse no início do milénio.

1. Toma em conta que um grande amor, ou uma grande realização, implicam grandes riscos.

2. Quando perderes, pelo menos não percas a lição.

3. Segue os três R's:

Respeito por ti

Respeito pelos outros e...

Responsabilidade por todos os teus actos.

4. Lembra-te que não ter tudo o que se deseja é, por vezes, um magnífico golpe de sorte.

5. Aprende bem as regras para saberes como infringi-las correctamente

6. Não deixes que uma pequena disputa estrague uma grande relação.

7. Se descobrires que te enganaste, faz logo a correcção.

8. Todos os dias passa algum tempo sozinho.

9. Abre os braços à mudança, mas não percas os teus valores.

10. Lembra-te que o silêncio é, às vezes, a melhor resposta.

11. Leva uma vida boa e honrada. Quando fores velho, será possível revivê-la uma segunda vez.

12. Uma atmosfera de amor em tua casa é o alicerce da tua vida.

13. Em disputas com os teus queridos, trata só do caso corrente. Não vás buscar queixas do passado.

14. Partilha o teu saber; é uma forma de alcançar a imortalidade.

15. Sê suave com a terra.

16. Uma vez por ano vai a um sítio aonde nunca tenhas estado.

17. Lembra-te que a melhor relação é aquela em que o amor excede a necessidade.

18. Avalia o teu sucesso por tudo a que tiveste de renunciar para o alcançar.

19. Ao amor e ao cozinhar aborda-os com naturalidade audaciosa.