domingo, dezembro 14, 2008

Os amigos e a bailarina

Eram dois amigos inseparáveis. Conheciam-se desde crianças e mantinham laços indestrutíveis de amizade e carinho. Certo dia conheceram juntos uma bailarina.
Que mulher aquela! Não só era amável como lindíssima e cativante. Nunca tinham visto uns olhos tão expressivos e de uma tão apelativa cor de âmbar como os dela.
Chegara numa caravana. Quando aos amigos a viram rodopiar à sua frente com a flexibilidade de um lírio e a energia de uma torrente, apaixonaram-se de imediato por aquela jovem fascinante.
Os dois amavam-na e estavam encantados com a jovem. Ela entregava-se a ambos com a mesma ternura e paixão. Passaram semanas e um dia um amigo disse ao outro:
- Vivo atormentado pela ideia de um dia podermos ficar sem ela.
- Mais cedo ou mais tarde, todos ficaremos sem aquilo que temos.
Repôs com serenidade o amigo.

Passaram-se meses. Os amigos mantinham uma relação perfeita com a sugestiva bailarina. Aos amanheceres sucediam-se os entardeceres. Numa luminosa manhã estival, a mulher disse aos jovens que recebera um telegrama a anunciar-lhe que tinha trabalho como bailarina noutro país, e que devia partir para poder continuar a dançar para outras gentes.
Fundiu-se num abraço de despedida cálido e afectuoso com os jovens apaixonados. Após a despedida, a bailarina partiu.
Então um dos amigos disse:
- Reparas-te? Vivia atormentado porque um dia podíamos perde-la, e assim aconteceu. Agora estou verdadeiramente desolado. Que sentido tem a minha vida? Não, não conseguirei viver sem ela. E tu como te sentes?
O amigo responder com serenidade:
- Eu? Óptimo, muito bem.
- Mas como é possível? Acabas de perder uma mulher maravilhosa.
- Pensa um pouco comigo. Antes dela ter aparecido na minha vida eu sentia-me muito bem. Ela foi um belo presente do destino. Veio e desfrutei-a intensamente cada instante. Enquanto esteve cá, nem por um momento, um só que fosse, deixei de senti-la e vive-la no mais profundo de mim. Ela partiu e eu continuo a estar como estava antes que ela chegasse, ou seja, muito bem. Bem estava antes que chegasse, bem enquanto ela esteve aqui, e bem estou agora que partiu. Se estou bem comigo mesmo, poderia ser de alguma outra maneira? O destino trouxe-a; O destino levou-a.
E eu sinto-me muito bem.
Quando tivermos superado as nossas carências emocionais e os nossos vazios de solidão e estivermos completos em nós mesmo, não criaremos laços de dependência, e podemos desfrutar intensamente da relação de afecto sem estarmos subjugados e, ao mesmo tempo, sentindo-nos equilibrados e em harmonia.

In: "Contos espirituais do Oriente" - Ramiro Calle

sexta-feira, agosto 29, 2008

o que salva o Amor

L.Barbosa conta a história de uma ilha onde viviam os principais sentimentos do homem: Alegria, Tristeza, Vaidade, Sabedoria, e Amor.
Um dia, a ilha começou a afundar no oceano; todos conseguiram alcançar seus barcos, menos o Amor.
Quando foi pedir a Riqueza que o salvasse, esta disse:- “Não posso, estou carregada de jóias e ouro”.
Dirigiu-se ao barco da Vaidade, que respondeu:- “Sinto muito, mas não quero sujar meu barco”.
O Amor correu para a Sabedoria, mas ela também recusou, dizendo:- “Quero estar sozinha, estou refletindo sobre a tragédia, e mais tarde vou escrever um livro sobre isto”.
O Amor começou a se afogar.
Quando estava quase morrendo, apareceu um barco – conduzido por um velho – que o terminou salvando.- “Obrigado” – disse, assim que se refez do susto.– “Mas quem é você”?
- “Sou o Tempo” – respondeu o velho.
Só o Tempo é capaz de salvar o Amor.
Paulo coelho

segunda-feira, agosto 25, 2008

o anel

"Um aluno chegou a seu professor com um problema:
- Venho aqui, professor, porque me sinto tão pouca coisa, que não tenho forças para fazer nada. Dizem que não sirvo para nada, que não faço nada bem, que sou lerdo e muito idiota. Como posso melhorar?O que posso fazer para que me valorizem mais.

O professor sem olhá-lo, disse:
- Sinto muito meu jóvem, mas agora não posso ajudá-lo, devo primeiro resolver o meu próprio problema. Talvez depois. E fazendo uma pausa falou:
- Se você me ajudar, eu posso resolver meu problema com mais rapidez e depois talvez possa ajudar você a resolver o seu.

- Claro, professor, gaguejou o jovem, mas se sentiu outra vez desvalorizado
O professor tirou um anel que usava no dedo pequeno, deu ao garoto e disse:
- Monte no cavalo e vá até o mercado. Deve vender esse anel porque tenho que pagar uma dívida.

É preciso que obtenha pelo anel o máximo possível, mas não aceite menos que uma moeda de ouro. Vá e volte com a moeda o mais rápido possível.
O jovem pegou o anel e partiu. Mal chegou ao mercado começou a oferecer o anel aos mercadores. Eles olhavam com algum interesse, até quando o jovem dizia o quanto pretendia pelo anel.

Quando o jovem mencionava uma moeda de ouro, alguns riam, outros saiam sem ao menos olhar para ele, mas só um velhinho foi amável a ponto de explicar que uma moeda de ouro era muito valiosa para comprar um anel.

Tentando ajudar o jovem, chegaram a oferecer uma moeda de prata e uma xícara de cobre, mas o jovem seguia as instruções de não aceitar menos que uma moeda de ouro e recusava as ofertas.

Depois de oferecer a jóia a todos que passavam pelo mercado e abatido pelo fracasso, montou no cavalo e voltou. O jovem desejou ter uma moeda de ouro para que ele mesmo pudesse comprar o anel, assim livrando a preocupação de seu professor e assim podendo receber sua ajuda e conselhos.

Entrou na casa e disse: - Professor, sinto muito, mas é impossível conseguir o que me pediu. Talvez pudesse conseguir 2 ou 3 moedas de prata, mas não acho que se possa enganar ninguém sobre o valor do anel.

Importante o que me disse meu jovem, contestou sorridente. Devemos saber primeiro o valor do anel. Volte a montar no cavalo e vá até o joalheiro. Quem melhor para saber o valor exato do anel? Diga que quer vender o anel e pergunte quanto ele te dá por ele. Mas não importa o quanto ele te ofereça, não o venda. Volte aqui com meu anel.

O jovem foi até ao joalheiro e lhe deu o anel para examinar. O joalheiro examinou o anel com uma lupa, pesou o anel e disse:
- Diga ao seu professor que, se ele quer vender agora, não posso dar mais que 58 moedas de ouro pelo anel.
- 58 MOEDAS DE OURO! Exclamou o jovem.
- Sim, replicou o joalheiro, eu sei que com tempo eu poderia oferecer cerca de 70 moedas, mas se a venda é urgente...

O jovem correu emocionado a casa do professor para contar o que correu.
- Senta, disse o professor e depois de ouvir tudo que o jovem lhe contou, disse:
- Você é como esse anel, uma jóia valiosa e única. Só pode ser avaliada por um especialista. Pensava que qualquer um podia descobrir o seu verdadeiro valor?E dizendo isso voltou a colocar o anel no dedo.

Todos nós somos como esta jóia. Valiosos e únicos e andamos por todos os mercados da vida pretendendo que pessoas inexperientes nos valorizem.

Autor desconhecido

quinta-feira, agosto 21, 2008

Amizade

Quando te dói olhar para atrás e te dá medo olhar adiante, mira para a esquerda ou a direita e ali estarei, a teu lado.
Se algum dia passei por ti e não te sorri, esse foi o dia em que mais precisei de um sorriso teu.

Se um dia tiveres triste, fecha os olhos e sorri, pensa que a nossa amizade existe e que eu gosto muito de ti!

Ofereceram-me o mar, o céu, o sol, o vento, a vida eterna e eu recusei tudo isto porque já tenho o maior tesouro que existe na terra. A tua amizade

Ao alcançar o céu, retirei-lhe uma estrela. Ao alcançar o mar retirei-lhe uma gota. Ao alcançar a Terra, conquistei a tua amizade.

Amigos são anjos que nos deixam de pé quando nossas assas tem problemas em se lembrar como voar.
enviado por mail por um amigo

Explicação...

Um mestre contava sempre uma parábola no final de cada aula, mas os alunos nem sempre entendiam o seu sentido...
- Mestre – perguntou um deles, certo dia, – tu contas-nos contos, mas nunca nos explicas o que significam...
- As minhas desculpas - disse o mestre. - Como compensação, deixa-me que te ofereça um belo pêssego.
- Obrigado, mestre - disse o discípulo, comovido.
- Mais ainda: como prova do meu afecto, queria descascar-te o pêssego. Permites que o faça?
- Sim, muito obrigado – disse o discípulo.
- E, já que tenho a faca na mão, não gostarias que eu cortasse o pêssego em pedaços, para que te seja mais fácil comê-lo?
- Sim, mas não quero abusar da tua generosidade, mestre...
- Não é um abuso; sou eu que me estou a oferecer. Quero apenas agradar-te. Permite-me também que mastigue o pêssego antes de to oferecer...
- Não, mestre! Não gostaria que fizesses isso! - queixou-se o discípulo, surpreendido.
O mestre fez uma pausa e disse:- Se vos explicasse o sentido de cada conto, seria como dar-vos a comer fruta mastigada.
Jorge Bucay, Contos para pensar, Pergaminho (texto da contracapa)
postado no blog: http://joanadarq.blogs.sapo.pt/121373.html

sábado, julho 05, 2008

o vaso chinês

Uma velha senhora chinesa possuía dois grandes vasos, cada um suspenso na extremidade de uma vara que ela carregava nas costas.

Um dos vasos era rachado e o outro era perfeito. Este último estava sempre cheio de água ao fim da longa caminhada do rio até casa, enquanto o rachado chegava meio vazio.

Durante muito tempo a coisa foi andando assim, com a senhora chegando a casa somente com um vaso e meio de água.Naturalmente o vaso perfeito era muito orgulhoso do próprio resultado e o pobre vaso rachado tinha vergonha do seu defeito, de conseguir fazer só a metade daquilo que deveria fazer.

Depois de dois anos, reflectindo sobre a própria amarga derrota de ser'rachado', o vaso falou com a senhora durante o caminho:

"- Tenho vergonha de mim mesmo, porque esta rachadura que eu tenho faz-me perder metade daágua durante o caminho até a sua casa..."

A velhinha sorriu e disse:

" - Reparaste que lindas flores há somente do teu lado do caminho? Eu sempre soube do teu defeito e portanto plantei sementes de flores na beira da estrada do teu lado. E todos os dias, enquanto a gente voltava, tur egava-las.Durante dois anos pude recolher aquelas belíssimas flores para enfeitar a mesa. Se tu não fosses como és, eu não teria tido aquelas maravilhas na minha casa."

Cada um de nós tem o seu próprio defeito. Mas é o defeito que cada um de nós tem, que faz com que nossa convivência seja interessante e gratificante.É preciso aceitar cada um pelo que é... E descobrir o que há de bom nele.'

Portanto, meu 'defeituoso' amigo/a, tenha um bom dia e lembre-se de regar as flores do seu lado do caminho...

como se mede a vida

"A vida não é medida pelo número de vezes que você respirou, mas pelos momentos em que você perdeu o fôlego:
...de tanto rir...de tanta surpresa... de tanta paixão , de tanto êxtase... de tanta felicidade..." .

domingo, maio 18, 2008

Se o homem pensasse como os animais....

Se o homem pensasse como o pássaro... festejaria cada amanhecer com uma linda canção.

Se o homem pensasse como o cavalo... ultrapassaria os obstáculos com classe, firmeza e determinação.

Se o homem pensasse como o cão... faria do amor uma constante troca de carinho, lealdade e fidelidade.

Se o homem pensasse como o gato... teria calma e equilíbrio em qualquer dificuldade.

Se o homem pensasse como a abelha... constataria que nada se constrói sozinho.
Se o homem pensasse como a formiga... veria que trabalho e sucesso trilham o mesmo caminho.

Se o homem pensasse como a baleia... veria a importância do poder da solidariedade.

Se o homem tivesse a pureza e a simplicidade de ser, dos animais... a paz mundial deixaria de ser um sonho e seria uma realidade.

sexta-feira, maio 02, 2008

Morrer é preciso!

Estamos acostumados a ligar a palavra morte apenas à ausência de vida. Isso é errado; existem outros tipos de morte e precisamos morrer todos os dias.

A morte não é mais do que uma passagem, uma transformação. Não existe planta sem a morte da semente; não existe embrião sem a morte do óvulo e do espermatozóide; não existe borboleta sem a morte da lagarta. A morte nada mais é do que o ponto de partida para o início de algo novo; a fronteira entre o passado e o futuro.

Se você quer ser um bom universitário, mate dentro de você o secundarista aéreo que acha que ainda tem muito tempo pela frente. Quer ser um bom profissional? Mate dentro de você o universitário descomprometido que acha que a vida se resume a estudar só o suficiente para fazer as provas

Quer ter um bom relacionamento? Mate dentro de você o jovem inseguro, ciumento, crítico, exigente, imaturo e egoísta ou o solteiro solto que pensa que pode fazer planos sozinho, sem ter que dividir espaços, projetos e tempo com mais ninguém. Quer ter boas amizades? Mate dentro de você a pessoa insatisfeita e descompromissada, que só pensa em si mesmo. Mate a vontade de tentar manipular as pessoas de acordo com a sua conveniência. Respeite seus amigos, colegas de trabalho e vizinhos.

Enfim, todo processo de evolução exige que matemos o nosso “eu” passado inferior. Qual é o risco de não agirmos assim? Está em tentarmos ser duas pessoas ao mesmo tempo, perdendo o nosso foco, comprometendo a nossa produtividade e, por fim, prejudicando o nosso sucesso.

Muitas pessoas não evoluem porque se agarram ao que eram; não se projetam para o que serão ou desejam ser. Elas querem a nova etapa sem abrir mão da forma como pensavam ou agiam. Acabam se transformando em projetos inacabados, híbridos; adultos infantilizados. Às vezes, podemos até agir como meninos, mantendo as virtudes da criança que também são necessárias aos adultos tais como: brincadeira, sorriso fácil, vitalidade, criatividade, tolerância, etc., mas, se quisermos ser adultos, devemos matar as atitudes infantis para passarmos a agir como adultos.

Quer ser alguém (líder, profissional, pai ou mãe, cidadão ou cidadã, amigo ou amiga) melhor e evoluído? O que você precisa matar em si, ainda hoje, é o egoísmo, o egocentrismo para que possa nascer a pessoa que você tanto deseja ser. Pense nisso. Morra, mas não se esqueça de nascer melhor ainda. O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.

Artigo de Paulo Angelin

quarta-feira, abril 30, 2008

Ingredientes

INGREDIENTES:

FAMÍLIA: é aqui que tudo começa;
AMIGOS: nunca deixe faltar;
RAIVA: se acontecer que seja pouca;
DESESPERO: pra quê?
PACIÊNCIA : o máximo possível;
LÁGRIMAS: enxugue todas;
SORRISOS: os mais variados;
PAZ: em grande quantidade;
PERDÃO: à vontade;
ESPERANÇA : não perca jamais;
CORAÇÃO: quanto maior melhor;
AMOR: pode abusar;CARINHO: essencial;
MODO DE PREPARO:

Reúna sua FAMÍLIA e seus AMIGOS.
Esqueça os momentos de RAIVA e DESESPERO.
Use toda sua PACIÊNCIA; substitua as LÁGRIMAS por SORRISOS.
Junte a PAZ e o PERDÃO, depois ofereça aos seus desafetos.
Deixe a ESPERANÇA crescer em seu CORAÇÃO .
Viva sempre com muito AMOR e CARINHO

domingo, abril 27, 2008

Desafio

Obrigada pela distinção querido amigo Pedro!


E eu passo a distinção ao Nelson

domingo, março 02, 2008

o lápis

O menino olhava para a avó que se encontrava a escrever uma carta e perguntou:
- Estás a escrever uma história sobre mim?
A avó parou de escrever, sorriu e comentou:
- É verdade, estou a escrever sobre ti. No entanto, mais importante do que as palavras é o lápis que eu estou a usar. Gostaria que fosses como ele...!
O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial.
- Mas ele é igual a todos os lápis que eu já vi...
- Tudo depende do modo como tu olhas para as coisas. Há cinco qualidades neste lápis que, se tu conseguires mantê-las, serás sempre uma pessoa em paz com o mundo.Queres saber que cinco qualidades são essas?O menino anuiu, ao que a avó prosseguiu:
- Primeira qualidade: tu podes fazer grandes coisas, mas não deverás esquecer que existe uma mão que guia os teus passos;Segunda qualidade: de vez em quando, eu preciso de parar de escrever e usar o afiador. Isto faz com que o lápis sofra um bocadinho mas, no fim, ele estará mais afiado. Portanto, tenta lidar bem com a dor porque também ela te ajudará a ser uma pessoa melhor;Terceira qualidade: o lápis permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. Corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente negativo, mas sim importante, porque todos nós aprendemos com os nossos erros.
Quarta qualidade: o que realmente importa no lápis não é a madeira ou a sua forma exterior, mas o carvão que está dentro dele. Por isso, presta sempre muita atenção aos teus sentimentos e à tua intuição.
Finalmente, um lápis deixa sempre uma marca. Da mesma maneira, tudo o farás na vida deixará traços e é muito importante estarmos sempre conscientes de cada acção e suas consequências. Traça o teu caminho com integridade, com amor, com dedicação e nunca, mas nunca deixes de ser tu próprio!"
Autoria: Paulo Coelho

Deficiências

'Deficiente' é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.
'Louco' é quem não procura ser feliz com o que possui.
'Cego' é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.
'Surdo' é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão.
Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.
'Mudo' é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
'Paralítico' é quem não consegue andar na direcção daqueles que precisam de sua ajuda.
'Diabético' é quem não consegue ser doce.
'Anão' é quem não sabe deixar o amor crescer.
E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois: ' A amizade é um amor que nunca morre.
Mario Quintana

domingo, fevereiro 03, 2008

Bom Combate - Paulo Coelho

O Bom Combate é aquele que é travado em nome de nossos sonhos. Quando eles explodem em nós com todo o seu vigor – na juventude – nós temos muita coragem, mas ainda não aprendemos a lutar. Depois de muito esforço, terminamos aprendendo a lutar, e então já não temos a mesma coragem para combater. Por causa disto, nos voltamos contra nós e combatemos a nós mesmos, e passamos a ser nosso pior inimigo. Dizemos que nossos sonhos eram infantis, difíceis de realizar, ou fruto de nosso desconhecimento das realidades da vida. Matamos nossos sonhos porque temos medo de combater o Bom Combate.
(...)
– O primeiro sintoma de que estamos matando nossos sonhos é a falta de tempo – continuou Petrus. – As pessoas mais ocupadas que conheci na minha vida sempre tinham tempo para tudo. As que nada faziam estavam sempre cansadas, não davam conta do pouco trabalho que precisavam realizar, e se queixavam constantemente que o dia era curto demais. Na verdade, elas tinham medo de combater o Bom Combate.
“O segundo sintoma da morte de nossos sonhos são nossas certezas. Porque não queremos olhar a vida como uma grande aventura a ser vivida, passamos a nos julgar sábios, justos e corretos no pouco que pedimos da existência. Olhamos para além das muralhas do nosso dia-dia e ouvimos o ruído de lanças que se quebram, o cheiro de suor e de pólvora, as grandes quedas e os olhares sedentos de conquista dos guerreiros. Mas nunca percebemos a alegria, a imensa Alegria que está no coração de quem está lutando, porque para estes não importa nem a vitória nem a derrota, importa apenas combater o Bom Combate.
Finalmente, o terceiro sintoma da morte de nossos sonhos é a Paz. A vida passa a ser uma tarde de Domingo, sem nos pedir grandes coisas, e sem exigir mais do que queremos dar. Achamos então que estamos maduros, deixamos de lado as fantasias da infância, e conseguimos nossa realização pessoal e profissional. Ficamos surpresos quando alguém de nossa idade diz que quer ainda isto ou aquilo da vida. Mas na verdade, no íntimo de nosso coração, sabemos que o que aconteceu foi que renunciamos à luta por nossos sonhos, a combater o Bom Combate.
(...)
– Quando renunciamos aos nossos sonhos e encontramos a paz – disse ele depois de um tempo – temos um pequeno período de tranqüilidade. Mas os sonhos mortos começam a apodrecer dentro de nós, e infestar todo o ambiente em que vivemos. Começamos a nos tornar cruéis com aqueles que nos cercam, e finalmente passamos a dirigir esta crueldade contra nós mesmos. Surgem as doenças e as psicoses. O que queríamos evitar no combate – a decepção e a derrota – passa a ser o único legado de nossa covardia. E um belo dia, os sonhos mortos e apodrecidos tornam o ar difícil de respirar e passamos a desejar a morte, a morte que nos livrasse de nossas certezas, de nossas ocupações, e daquela terrível paz das tardes de domingo."
"Diário de um Mago"

convenção dos feridos por amor

http://www.warriorofthelight.com/port/edi161_conv.shtml



Convenção dos feridos por amor
Disposições gerais:
A - Em se considerando que está absolutamente correto o ditado “tudo vale no amor e na guerra”;
B – Em se considerando que na guerra temos a Convenção de Genebra, adotada em 22 de agosto de 1864, determinando como os feridos em campo de batalha devem ser tratados, ao passo que nenhuma convenção foi promulgada até hoje com relação aos feridos de amor, que são em muito maior número;
Fica decretado que:
Art. 1 – todos os amantes, de qualquer sexo, ficam alertados que o amor, além de ser uma benção, é algo também extremamente perigoso, imprevisível, capaz de acarretar danos sérios. Conseqüentemente, quem se propõe a amar, deve saber que está expondo seu corpo e sua alma a vários tipos de ferimentos, e não poderá culpar seu parceiro em nenhum momento, já que o risco é o mesmo para ambos.
Art. 2 – Uma vez sendo atingido por uma flecha perdida do arco de Cupido, deve em seguida solicitar ao arqueiro que atire a mesma flecha na direção contrária, de modo a não se submeter ao ferimento conhecido como “amor não correspondido”. Caso Cupido recuse tal gesto, a Convenção ora sendo promulgada exige do ferido que imediatamente retire a flecha do seu coração e a jogue no lixo. Para conseguir tal feito, deve evitar telefonemas, mensagens por internet, remessa de flores que terminam sendo devolvidas, ou todo ou qualquer meio de sedução, já que os mesmos podem dar resultados a curto prazo, mas sempre terminam dando errado com o passar do tempo. A Convenção decreta que o ferido deve imediatamente procurar a companhia de outras pessoas, tentando controlar o pensamento obsessivo “vale a pena lutar por esta pessoa”.
Art. 3 – Caso o ferimento venha de terceiros, ou seja, o ser amado interessou-se por alguém que não estava no roteiro previamente estabelecido, fica expressamente proibida a vingança. Neste caso, é permitido o uso de lágrimas até que os olhos sequem, alguns socos na parede ou no travesseiro, conversas com amigos onde pode-se insultar o antigo(a) companheiro(a), alegar sua completa falta de gosto, mas sem difamar sua honra. A Convenção determina que seja também aplicada a regra do Art. 2: procurar a companhia de outras pessoas, preferivelmente em lugares diferentes dos freqüentados pela outra parte.
Art. 4 – Em ferimentos leves, aqui classificados como pequenas traições, paixões fulminantes que não duram muito, desinteresse sexual passageiro, deve-se aplicar com generosidade e rapidez o medicamento chamado Perdão. Uma vez este medicamento aplicado, não se deve voltar atrás uma só vez, e o tema precisa estar completamente esquecido, jamais sendo utilizado como argumento em uma briga ou em um momento de ódio.
Art. 5 – Em todos os ferimentos definitivos, também chamados “rupturas”, o único medicamento capaz de fazer efeito chama-se Tempo. Não adianta procurar consolo em cartomantes (que sempre dizem que o amor perdido irá voltar), livros românticos (cujo final é sempre feliz), novelas de TV ou coisas do gênero. Deve-se sofrer com intensidade, evitando-se por completo drogas, calmantes, orações para santos. Álcool só é tolerado em um máximo de dois copos de vinho por dia.
Determinação final: os feridos por amor, ao contrário dos feridos em conflitos armados, não são vítimas nem algozes. Escolheram algo que faz parte da vida, e assim devem encarar a agonia e o êxtase de sua escolha.
E os que jamais foram feridos por amor, não poderão nunca dizer: “vivi”.Porque não viveram.

(Paulo Coelho)

sexta-feira, janeiro 11, 2008

Os lençóis da vizinha

Um casal, recém-casado, mudou-se para um bairro muito tranquilo.
Na primeira manhã na casa, enquanto tomava café, a mulher reparou através da janela que uma vizinha pendurava lençóis no varal.

Que lençois sujos ela está pendurando no varal !!!
Está precisando de um sabão novo...
Se eu tivesse intimidade perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas!
O marido olhou e ficou calado.

Alguns dias depois, novamente, durante o café da manhã, a vizinha pendurava lençóis no varal e a mulher comentou com o marido:
Nossa vizinha continua pendurando os lençóis sujos!
Se eu tivesse intimidade perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar roupas!

E assim, a cada dois ou três dias, a mulher repetia seu discurso, enquanto a vizinha pendurava suas roupas no varal.

Passado um mês, a mulher se surpreendeu ao ver os lençóis sendo estendidos, e empolgada foi dizer ao marido:
Veja, ela aprendeu a lavar as roupas! Será que a outra vizinha ensinou??? Porque eu não fiz nada.

O marido calmamente respondeu:
Não, hoje eu levantei mais cedo e lavei os vidros da nossa janela !

E assim é.
Tudo depende da janela, através da qual observamos os factos.
Antes de criticar, verifique se você fez alguma coisa para contribuir.
Verifique seus próprios defeitos e limitações.
Devemos olhar, antes de tudo, para nossa própria casa, para dentro de nós mesmos.

Lave sua vidraça!

Abra sua janela!

Autor Desconhecido