Estamos acostumados a ligar a palavra morte apenas à ausência de vida. Isso é errado; existem outros tipos de morte e precisamos morrer todos os dias.
A morte não é mais do que uma passagem, uma transformação. Não existe planta sem a morte da semente; não existe embrião sem a morte do óvulo e do espermatozóide; não existe borboleta sem a morte da lagarta. A morte nada mais é do que o ponto de partida para o início de algo novo; a fronteira entre o passado e o futuro.
Se você quer ser um bom universitário, mate dentro de você o secundarista aéreo que acha que ainda tem muito tempo pela frente. Quer ser um bom profissional? Mate dentro de você o universitário descomprometido que acha que a vida se resume a estudar só o suficiente para fazer as provas
Quer ter um bom relacionamento? Mate dentro de você o jovem inseguro, ciumento, crítico, exigente, imaturo e egoísta ou o solteiro solto que pensa que pode fazer planos sozinho, sem ter que dividir espaços, projetos e tempo com mais ninguém. Quer ter boas amizades? Mate dentro de você a pessoa insatisfeita e descompromissada, que só pensa em si mesmo. Mate a vontade de tentar manipular as pessoas de acordo com a sua conveniência. Respeite seus amigos, colegas de trabalho e vizinhos.
Enfim, todo processo de evolução exige que matemos o nosso “eu” passado inferior. Qual é o risco de não agirmos assim? Está em tentarmos ser duas pessoas ao mesmo tempo, perdendo o nosso foco, comprometendo a nossa produtividade e, por fim, prejudicando o nosso sucesso.
Muitas pessoas não evoluem porque se agarram ao que eram; não se projetam para o que serão ou desejam ser. Elas querem a nova etapa sem abrir mão da forma como pensavam ou agiam. Acabam se transformando em projetos inacabados, híbridos; adultos infantilizados. Às vezes, podemos até agir como meninos, mantendo as virtudes da criança que também são necessárias aos adultos tais como: brincadeira, sorriso fácil, vitalidade, criatividade, tolerância, etc., mas, se quisermos ser adultos, devemos matar as atitudes infantis para passarmos a agir como adultos.
Quer ser alguém (líder, profissional, pai ou mãe, cidadão ou cidadã, amigo ou amiga) melhor e evoluído? O que você precisa matar em si, ainda hoje, é o egoísmo, o egocentrismo para que possa nascer a pessoa que você tanto deseja ser. Pense nisso. Morra, mas não se esqueça de nascer melhor ainda. O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.
Artigo de Paulo Angelin